sábado, 20 de dezembro de 2014

O pesquisador Gilberto César Lopes Rodrigues fala sobre o lançamento do seu livro pela editora da Unesp.

Por Juliana Gobbe



O pesquisador Gilberto César Lopes Rodrigues é licenciado em Filosofia pela Unesp – Marília SP e mestre em Filosofia também pela Unesp. Atualmente é professor no programa de educação da Universidade do oeste do Pará e doutorando do PPG em Educação da Unicamp com projeto de pesquisa sobre Educação Indígena e Pedagogia Histórico-Crítica.
Nesta entrevista, o pesquisador discorre sobre seu livro In-Form-Ação.



                                                        Foto: Arquivo pessoal do pesquisador.



Tecendo em Reverso – Como foi concebido o livro In-Form-Ação?

GILBERTO CÉSAR LOPES RODRIGUES - Bom, esse livro resulta da pesquisa de mestrado que realizei junto ao Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Marília no período de 2006 a 2009. Apesar do título induzir o leitor a pensar que o livro é sobre computação ou comunicação ele é, na verdade, sobre Filosofia. Mais precisamente sobre Filosofia da Ação ou, como ficou conhecido no Brasil, Filosofia da Mente. Nele, apresento um exame da pertinência do conceito contemporâneo de informação para explicar a ação como alternativa ao paradigma causal-mecanicista.
O livro foi estruturado em quatro capítulos. No primeiro faço um percurso na história da filosofia destacando o modo pelo qual a causalidade penetra nessa área do saber e se instala como um paradigma sobre o qual as explicações, sobretudo científicas, deveriam ser fundamentadas para serem satisfatórias. Exploro mais detidamente as considerações de Aristóteles e Hume sobre causalidade. Depois examino os limites que as considerações sobre causalidade desses dois autores enfrentam quando empregadas no domínio da ação humana. Isto porque a ação, diferentemente do comportamento mecânico, engendra uma intencionalidade que a direciona. O resultado da ação de algum modo retroage sobre o agente mantendo ou modificando o conteúdo da intencionalidade (significado) para futuras ações que demandarem intencionalidade semelhante. Este movimento pressupõe uma circularidade e um conteúdo significativo no domínio da ação. As explicações causais de cunho mecanicistas tem dificuldade de considerar estes dois aspectos.
No terceiro e quarto capítulos examino a pertinência dos estudos contemporâneos sobre informação para suplantar as dificuldades que levantei sobre a causalidade no domínio da explicação da ação intencional. Aí vou deixar para os leitores a curiosidade aberta sobre o que tem informação a ver com a ação intencional e também quais os limites que ela enfrenta nesse domínio.
Outra coisa que acho interessante compartilhar é que o livro está disponível gratuitamente para download no site da editora da Unesp. Saber que seria gratuito e disponibilizado universalmente para download me incentivou a transformar a dissertação em livro.


Tecendo em Reverso - De onde vem o título In-Form-Ação?

GILBERTO CÉSAR LOPES RODRIGUES - Na verdade o título completo do livro é “In-Form-Ação: do paradigma causal ao paradigma informacional na explicação da ação”. Achei pertinente separar a palavra informação nas três partes que a compõe para sugerir ao leitor uma noção de movimento e processo que essas partes conferem ao serem separadas e relacionadas com ação. Ou seja, a ação intencional seria orientada, conformada (Form), constrangida, por dados, padrões, hábitos que re(construímos) (In) que de algum modo utilizamos para orientar nossos comportamentos tornando-os intencionais (Ação). E a esse processo informativo, poderíamos chamar de processo de construção do significado.  Não é uma tese nova nem complexa. Diria tratar-se de algo meio óbvio. Acho que o grande passo que dei, mas que ficou meio incompleto, foi trazer a ação para o centro do processo de significação. Parece redundância, mas há uma forte tradição na filosofia que em última instância recai no idealismo do tipo transcendental ao explicar o processo de significação. Entendo que recai nesse tipo de explicação as teorias sobre a natureza do significado que não colocam a ação concreta de agentes incorporados e situados em um ambiente ao qual co-evolue, que lhe é inerentemente significativo, e do qual é parte imanente, no centro das considerações sobre o processo de significação. Os matemáticos em geral são mestres em recair nesse típico desvio.


Tecendo em Reverso - Você disse que ficou meio incompleta a abordagem da ação que utilizou. O que faltou?

GILBERTO CÉSAR LOPES RODRIGUES - Bem, na época do mestrado, muito pela boa influência do grupo de estudo que participava, utilizei o filósofo estadunidense Charles Sanders Peirce para mostrar como a ação era central no processo de significação, assim como faz esse filósofo. No entanto o que acho que faltou foi incorporar o Materialismo Histórico Dialético em minhas análises. Mas isso não deu pra fazer porque não pertencia ao universo de minhas preocupações à época, também não daria tempo considerando o insatisfatório período de mestrado permitido pela CAPES para pesquisas mais profundas e o marxismo não era tema do grupo de pesquisa apesar de notar em minha orientadora certa admiração por Marx.


Tecendo em Reverso - Qual a relação entre o marxismo e seus estudos sobre informação?

GILBERTO CÉSAR LOPES RODRIGUES - Bem, vou falar sobre isso de modo geral e considerando o marxismo como sinônimo de materialismo histórico dialético e o que prevejo de relação entre eles, lembrando que não explorei essa relação no livro. Veja bem, entendo a ação como um processo que se estende no tempo abarcando elementos filogenéticos e ontogenéticos que se reforçam ou modificam no embate com o real concreto na medida de sua pertinência como orientadores dos movimentos dos agentes no ambiente.  Esses elementos em relação com os agentes possibilitam os significados, tanto os já produzidos historicamente pela humanidade (filogenéticos) como sua reconstrução (ou criação de novos) no indivíduo (ontogenético). O centro desse processo de (re)construção dos significados é a práxis. Outro elemento importante que o marxismo possui é considerar humano e natureza como pertencentes a uma mesma totalidade inseparável. Não tem nenhuma abertura para atribuir transcendentalidade ao significado, nem mesmo as representações que construímos mentalmente sobre o real. Não significa dizer que não há uma dimensão mental no marxismo. Há. Mas ela pertence ao domínio da natureza. Esse domínio se constrói pelo trabalho (no sentido marxista), pelo movimento de transformar o concreto real em concreto pensado e possibilitar a adaptação da natureza às necessidades humanas. Na medida em que adaptamos a realidade às nossas necessidades, humanizamo-nos. Esta dinâmica é o processo de significação. Sem essa âncora no real concreto abre-se espaço para um idealismo alienante que pouco contribui para a constituição de ações transformadoras da realidade concreta no sentido da emancipação humana. Emancipação no sentido de superação da sociedade alienante que vivemos sob a batuta do modo de produção capitalista e em direção a uma realidade plena de sentidos.


Tecendo em Reverso – Nota-se pelo seu currículo que ultimamente você tem se dedicado as pesquisas na área da educação, particularmente à educação escolar indígena. Qual a relação desse novo tema de pesquisa com o tema que deu origem ao livro?

GILBERTO CÉSAR LOPES RODRIGUES - Pois é. Aqui novamente o marxismo e a centralidade da práxis são fundamentais. Marx, escrevendo com Engels as teses sobre Feuerbach, em certa altura esbraveja que os filósofos até aquele momento se dedicaram a interpretar o mundo, e que isso, para ele, passara a ser uma questão escolástica. Depois dessa constatação ele adverte que é necessário transformar o mundo, que já estamos cheios de interpretação. Esse pensamento de certa forma me acordou e me fez considerar que até hoje parece ser assim. Senti-me, na filosofia, como um pesquisador que estava caminhando para a escolástica. Por outro lado, quando entrei para a universidade como docente, fui para a área de educação, em um programa de Pedagogia no interior da Amazônia. Recebi dezenas de alunos indígenas e comecei a trabalhar mais detidamente com eles questões da filosofia da educação, sobretudo se havia uma filosofia da educação indígena. Pesquisei varias realidades indígenas e notei que antes de ter ou não filosofia da educação indígena, eles estavam lutando por implantação de educação escolar. No entanto, descobri que a educação escolar em implementação é de baixíssima qualidade, altamente precarizada e pouco se coaduna aos interesses dos indígenas por escola. Naturalmente me questionei: qual o papel da educação escolar estatal precarizada no interior das sociedades indígenas? Bem, tendo em vista que a escola é um instrumento informativo, na medida em que formata a ação dos indivíduos para agir de certo modo na sociedade, não foi difícil responder que a educação escolar operava como (re)produtora da cultura dominante naquelas sociedades (processo informativo). No entanto, constatei que, contraditoriamente, mesmo tendo uma escola altamente precarizada e reprodutora dos valores da cultura nacional hegemônica, os indígenas lutam por escola e constatei que elas trazem benefício a eles. Tendo esse quadro no horizonte, a práxis marxista como elemento de transformação de um lado, e estar em um programa de educação, de outro, decidi por pesquisar alguma alternativa pedagógica para sugerir às escolas indígenas da região que trabalho. Por isso estou me doutorando no grupo de pesquisa que tem na Pedagogia Histórico-crítica um de seus eixos. A ligação com o tema do mestrado é entender que nossas ações são aprendidas e que elas podem ser orientadas externamente em uma relação de alienação ou podem ser realizadas de modo consciente, transformador e com emancipação. Para construir tanto um tipo de ação como o outro, a escola tem papel importante como instrumento in-form-ativo(ação). Ela molda a ação no mundo através de um processo informativo. Mas há no interior desse processo, imanente a ele, as tensões, as disputas, a resistência. Esse lado pode ser explorado através de uma teoria pedagógica que busque a emancipação humana em direção a uma sociedade plena de sentidos.


Tecendo em Reverso - Voltando ao conteúdo do livro, você o termina afirmando que os estudos contemporâneos sobre informação podem ter produzido um efeito importante na filosofia. Fale um pouco sobre isso.

GILBERTO CÉSAR LOPES RODRIGUES - Essa concepção de que a introdução de estudos em informação na filosofia significou uma reviravolta importante, da qual eu concordo, foi sistematizada por Frederick Adam. Para entender essa importância é preciso ir além do significado corriqueiro de informação, sobretudo a versão da teoria matemática da comunicação, que a considera como dados, sinais, bits, inputs e outputs desprovidos de significado. Estes seriam construídos internamente pelos sistemas vivos (ou artificiais) capazes de significá-los. Não concordo com este processo e aponto os motivos na última seção do terceiro capítulo do livro. Entendo que informação é um processo entre agente (não necessariamente humano) e ambiente (contexto) que não se reduz nem a um nem a outro, mas que não existe sem um desses lados. Deste processo resultam padrões, regularidades, hábitos que se armazenam no ambiente ou no agente que orientarão ações. Por exemplo: ao caminhar por um lugar desconhecido os rastros que se formam na relação entre o agente e o ambiente podem orientar o caminho de volta. O processo todo é informativo. Assim, informação não é um substantivo fixo. É um processo que ocorre o tempo todo com todos os agentes da natureza. Essa abordagem simplifica problemas clássicos da filosofia como a relação mente-corpo, a natureza da cognição, o processo de significação, a natureza das representações mentais, etc. Por isso a introdução dos estudos contemporâneos sobre informação pode representar uma virada informacional de grande monta na filosofia.






Confiram o livro neste link:






terça-feira, 14 de outubro de 2014

DERMEVAL SAVIANI

O AUTOR:


O escritor russo Máximo Górki afirmou certa vez que a única coisa que
transcende a existência do ser humano é a sua obra. Esta frase valida a
trajetória do pedagogo e filósofo brasileiro: Dermeval Saviani.

Formado em filosofia na PUC-SP no ano de 1966, doutorou-se em filosofia
na mesma Instituição no ano de 1971. É livre-docente em história da educação na
Unicamp desde o ano de 1986.
Entre 1994 e 1995 realizou “estágio sênior” na Itália.

Foi condecorado com a medalha do mérito educacional do Ministério da
Educação e, também recebeu da Unicamp o prêmio Zeferino Vaz de Produção
Científica.

Atualmente é professor emérito da Unicamp e coordenador geral do Grupo
Nacional de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil”
(HISTEDBR).
Em 2008 foi agraciado com o prêmio Jabuti de Literatura na categoria Educação, Psicologia e Psicanálise com História das Idéias Pedagógicas no Brasil.
Em 2010 recebeu o título de Pesquisador Emérito do CNPq.
Em 2014 concorre novamente ao prêmio Jabuti com a obra: Aberturas para a História da Educação.

O LIVRO:





Foto: Divulgação


A primeira edição do livro Escola e Democracia foi lançada no Brasil em
setembro de 1983 às portas do movimento Diretas Já.

Em 31 anos efetivaram-se 42ª edições. As interpretações diversas por
parte de leituras apressadas levantaram polêmicas em torno da obra. A maior
delas: o livro seria uma espécie de “Manifesto contra a Escola Nova”. No
prefácio da 35ª edição, o autor reitera: “...este não é um livro contra o
movimento da Escola Nova” e, mais adiante pondera: “Espero que, por esse
caminho, se possa deslocar um pouco o foco das atenções da polêmica com a
Escola Nova para a construção da pedagogia histórico-crítica, em cujo ponto de
partida se encontra a presente obra”.

O LIVRO POR SEU AUTOR:










Juliana Gobbe

terça-feira, 30 de setembro de 2014

José Luís Sanfelice

Em continuidade às entrevistas sobre a ditadura no Brasil, o nosso blogue traz ao público a conversa com o Professor da Unicamp:José Luís Sanfelice, autor de: Movimento Estudantil – A UNE na resistência ao golpe de 1964.






Abraços,
Juliana Gobbe

terça-feira, 23 de setembro de 2014

João Gomes de Sá

O alagoano João Gomes de Sá aproximou-se das manifestações da cultura popular ainda quando trabalhava no Museu de Antropologia e Folclore Dr. Théo Brandão, localizado na Avenida da Paz em Maceió. Além de sua incursão no cordel, o autor é dramaturgo e xilógrafo.  São de sua autoria : O Auto do Boi Encantado, Canto Guerreiro e os cordéis: A briga de Zé Valente com a Leide Catapora e, mais recentemente sua adaptação em cordel da obra de Kafka:  A metamorfose.




                                                                   Foto: Divulgação


Tecendo em Reverso - Consta na sua biografia, o trabalho no Museu de Antropologia e Folclore Dr. Théo Brandão. De que forma as atividades ali exercidas despertaram o apreço pela cultura popular?

JOÃO GOMES DE SÁ – O interesse era natural – “interesse interesseiro” – Os frequentadores geralmente eram estudantes de ensino médio e universidades em busca de informações e esclarecimentos sobre as manifestações de Cultura espontânea – o nosso Folclore. Para atender com fundamentos teóricos e práticos, a direção do Museu organizava uma programação temática, ora folguedos, ora danças e palestras privilegiando determinado tema – além de curso sobre a cultura alagoana. A minha contribuição era atender e colaborar nas pesquisas e trabalhos dos alunos e principalmente aos estudantes universitários em trabalhos de conclusão de curso ou tese de pós-graduação, mestrado ou doutorado; informava sobre o tão rico acervo do museu, mas, porém; o que mais despertava interesse, contentamento e vontade de pesquisar e estudar a cultura popular – eram os encontros com os folguedos e danças:  o Guerreiro, A Chegança, As Baianas, O Reisado, entre outros, pelo brilho da indumentária, da musicalidade, do ritmo, do canto, da coreografia dos bailados, dos entremeios e da encenação de Autos.


Tecendo em Reverso -Atualmente há um considerável trabalho de inserção do cordel no ensino de Literatura. Que importância terá a leitura dessas obras nas diferentes séries do ensino fundamental e médio?

JOÃO GOMES DE SÁ - Sempre teve conhecimentos de que alguns livros didáticos oportunizavam a literatura de cordel, mas de forma muita acanhada e algumas vezes com alguns equívocos – isso outrora. Atualmente estudiosos, pesquisadores, autores, poetas cordelistas e professores, compreenderam a importância dessa manifestação rimada e metrificada como ferramenta para estimular os nossos educandos ao estudo, a leitura e construção da literatura de cordel – E aqui, agradecemos as editoras que investiram, acreditaram e difundiram – agora em formato de livro ilustrado, papel de qualidade – exigência do mercado editorial. Com certeza, se ainda estivesse construindo meus cordéis em formato de folheto, em papel jornal ou em sulfite e sem ilustração, não estaria realizando essa entrevista. O cordel continua com a mesma técnica, o mesmo rigor na rima, a mesma forma, de cem anos atrás – mudou sua apresentação, promoção e divulgação nos veículos coletivos de comunicação de massa. Pois bem; para os educandos – às vezes – não ávidos pela leitura, adentram o universo cordeliano de forma prazerosa, curiosos pela rima e métrica; e daí, tudo isso se transforma em música – é o cordel! Tem, agora; uma literatura sem rodeio, objetiva, precisa, atual e atuante, sem esquecer o encantamento, a bravura, a magia, a valentia, a paixão, o ensinamento, o amor dos protagonistas.


                                                                              Foto: Divulgação

Tecendo em Reverso -A realização oral através de gêneros, como o repente e o cordel remetem a um resgate de múltiplas possibilidades de desdobramentos artísticos. A seu ver há hoje um movimento voltado para a encenação do que é produzido pela cultura popular, principalmente em comunidades com pouco acesso à cultura?

JOÃO GOMES DE SÁ- Na verdade, os espaços para espontaneidade e a informalidade sempre estiveram presentes em todos os segmentos sociais, porém mais acentuado, nas comunidades sem condições favoráveis de acesso às informações, e nesse contexto, a cultura popular – se destaca, as tradições populares se renovam, todavia,atualmente, todos têm acesso à informação, ao conhecimento, aos livros, à pesquisa e sendo assim;sou otimista – o mundo imagético, o mundo cibernético, as redes sociais fascinam, seduzem e despertam interesse no público em geral para buscar conhecimento na cultura popular. Veja quantos filmes, novelas, musicais, teatros “bebem’ na fonte da cultura popular! E o cordel, nem se fala!


Tecendo em Reverso – Neste ano você presenteou o público brasileiro com a publicação de Metamorfose de Kafka em cordel. Sua obra apresenta uma variação no que diz respeito à métrica típica do cordel, e também um forte apelo às questões sociais recriando nas estrofes o “emparedamento” dos homens em meio às exigências de um mundo insensível e cada vez mais desumano”. A temática da asfixia social é uma constante na obra do autor da Metamorfose. Qual é o legado que Kafka nos deixou?

JOÃO GOMES DE SÁ - A reflexão!A fuga ao consumismo! É necessário humanizar a vida!
Compartilhar conhecimento é fundamental! Combater a desigualdade social!
Não são “bordões”, “pregões”, com Kafka aprendi a olhar a vida com meus próprios olhos.




                                                              Foto: Divulgação
  

Tecendo em Reverso – Em suas viagens pelo Brasil, você ministra oficinas literárias. Como nasceu o projeto “Salão do Cordel”?

JOÃO GOMES DE SÁ – Sempre tive a vontade de organizar e promover eventos, encontros, tendo como tema central a Literatura de cordel. Quando, em Guarulhos/SP (2006), trabalhei na Secretaria de Cultura – Biblioteca Monteiro Lobato – nasceu aí a oportunidade. Realizamos o I e II Salão do Cordel – com uma programação Literomusical: feira de cordel, exposição de xilogravura, repentistas, cordelistas, poetas cantadores, músicos, palestras, oficinas, contação de histórias e danças.
Com o êxito, apresentei a proposta para a Diretoria de Cultura de Lençóis Paulista – e já realizamos quatro edições, realizamos no Memorial da América Latina, em Barueri/SP e em Guaranésia/MG. Recentemente em Guaxupé/MG.


Dica de leitura:



                                                                              Foto: Divulgação

 Por Juliana Gobbe

terça-feira, 2 de setembro de 2014

MAURO IASI

Mauro Iasi é candidato a presidente da República pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB).  Nasceu em São Paulo-SP  em 1960.  Graduou-se em HISTÓRIA  pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.   Mestre e doutor  em SOCIOLOGIA  pela  USP, exerce o cargo de  professor adjunto da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro.    Exerceu o cargo  de   presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), de  2011 a 2013.  Publicou os  livros: O Dilema de Hamlet – O ser e o não ser da consciência (Viramundo) e o recente   As Ruas – Poemas e reflexões pedestres (ICP), dentre outros. Integra o  Comitê Central do PCB.
 Tecendo em Reverso entrevistou o político, professor e literato   Mauro Iasi,   em busca de respostas para as inquietantes perguntas e  questões arguidas pelos leitores no curso  deste blog, dentre estudantes, artistas, educadores e  escritores.  


                                                                 Foto: Divulgação



Tecendo em Reverso – O voto distrital representa um avanço com relação à democracia representativa?


MAURO IASI – Não. Para nós, do PCB, a proposta do voto distrital representa um retrocesso político. Vez por outra, os setores conservadores tiram do colete a proposta de introdução do voto distrital nas eleições proporcionais. Isto significa que cada eleitor só pode votar em candidatos inscritos para disputar a eleição num distrito, ou seja, apenas numa determinada jurisdição. Não poderiam votar num candidato domiciliado na capital ou em outra região. Hoje já existe uma grande despolitização nas eleições proporcionais, com uma tendência ao voto que privilegia os candidatos locais, os quais prometem obras, serviços e favores aos seus eleitores, deixando de lado as grandes questões nacionais e as lutas em prol de transformações sociais e políticas efetivas, na contracorrente da ordem burguesa e do domínio dos interesses capitalistas sobre a vida da população. O advento desta mudança reduziria ainda mais a possibilidade do voto politizado, de opinião, tornando minoritário o voto conscientizado, razão principal dos partidos revolucionários. Uma vez eleito, o parlamentar distrital tende a se comportar no parlamento como uma espécie de despachante da região que o elegeu e pela qual pretende se reeleger. Com a implantação do voto distrital, o debate político e ideológico dará lugar ao bairrismo e às disputas regionais.


Tecendo em Reverso – Como transformar a proposta de governo do PCB em futuro?


MAURO IASI – Queremos transformar o programa político do PCB em presente, pois é urgente reverter o quadro atual marcado pelos graves problemas com que se defrontam os trabalhadores e o conjunto da população brasileira. Estes não serão resolvidos com a manutenção e desenvolvimento do mercado e da economia capitalista. Não é mais possível pensarmos que se enfrentarão as profundas desigualdades existentes – a falta de serviços essenciais à vida humana (alimentação, moradia, transporte, educação, saúde, lazer, cultura, etc.), a barbárie em que se transformou a civilização do capital e da mercadoria, com o genocídio dos pobres, dos negros, das populações indígenas – aplicando políticas que visem ampliar o acesso aos bens materiais com o simples crescimento econômico capitalista, o que só faz aumentar a destruição da natureza e acaba concentrando ainda mais a riqueza na forma de lucros acumulados privadamente. Nossa luta é para que os trabalhadores e a imensa maioria da população brasileira participem conosco de um grande movimento em defesa do Poder Popular, dando continuidade às grandes manifestações que explodiram no Brasil em junho de 2013, revelando a enorme contrariedade do povo com as condições de vida a que está submetido, sob imposição do capitalismo. A saída para o movimento de rebeldia das massas é fazer com que esta luta assuma um caráter político, isto é, a forma de um programa e de uma ação que se apresente como uma real alternativa de poder ao domínio atual das classes proprietárias.


Tecendo em Reverso – A atual juventude brasileira pode se espelhar na práxis da juventude comunista do século XX?


MAURO IASI – Acredito que sim, no sentido de que a juventude revolucionária – e não só aquela que integrava os partidos comunistas no mundo – participou ativamente de movimentos responsáveis por grandes transformações sociais e políticas, seja na tentativa de afirmação de propostas socialistas, seja na resistência às determinações do capitalismo e às intervenções do imperialismo. A juventude esteve presente nas manifestações de massas, nas revoltas anarquistas e revoluções socialistas do século passado, participando ativamente das inúmeras lutas contrárias às injustiças e desigualdades impostas pela burguesia. Foi assim nas greves operárias do início do século XX, nas revoluções de 1917 na Rússia, em 1949 na China, em 1959 em Cuba. Resistiu o que pôde contra os regimes fascistas, apoiou os movimentos de libertação nacional na Ásia e na África nos anos 1950, esteve junto às lutas por direitos civis nos EUA, montou barricadas em Paris em 1968, foi às ruas em todas as grandes cidades do mundo para protestar contra o ataque imperialista estadunidense no Vietnam. No Brasil e em toda a América Latina, resistiu bravamente às ditaduras financiadas pelo grande capital, imolando suas vidas em nome da liberdade e do socialismo. A União da Juventude Comunista (UJC), ligada ao PCB, dá sequência hoje à luta revolucionária e internacionalista dos jovens. Contamos com ela e com toda a juventude brasileira que clama por mudanças radicais na sociedade contemporânea para o processo de construção do Poder Popular e do socialismo em nosso país.


Tecendo em Reverso - O exercício do cargo de presidente da república do Brasil pressupõe concessões às oligarquias. O PCB pretende retomar a política de aliança com a burguesia nacional?


MAURO IASI – Não concordo com a premissa colocada. A concessão às oligarquias é feita pelos partidos burgueses e por aqueles que acabaram se rendendo à forma capitalista de governo. A maneira que a burguesia encontrou historicamente foi o desenvolvimento de uma institucionalidade política na qual muitos participam – através das eleições – para que poucos governem, garantindo a dominação exercida pela minoria de proprietários. Para reverter isso não basta uma reforma política ou a engenhosidade de sistemas de representação, organização partidária e sistemas eleitorais pitorescos. Só é possível contrapor o poder da burguesia com o poder popular. A única maneira de contrapor o poder daqueles que querem manter as formas de propriedade atuais e as relações sociais de produção a elas associadas é constituir um poder capaz de enfrentá-los com a força da mobilização popular para derrotá-los, neutralizando ou destruindo seus recursos de poder. Não há a mínima chance de o PCB promover alianças com a burguesia. O PCB defende que somente a Revolução Socialista, entendida como um forte e poderoso processo de lutas populares que desemboque na construção de uma sociedade alternativa ao capitalismo e à ordem burguesa, será capaz de realmente resolver os problemas vividos pelos trabalhadores e setores populares. Por isso o PCB apresenta uma alternativa anticapitalista e socialista e lutará para que se constitua na sociedade a força política necessária à sua implementação.


Tecendo em Reverso – No seu livro: O dilema de Hamlet lemos: “...o dilema de Hamlet é o dilema da consciência militante. Vê o mundo se desmoronar e vive profundamente seu sofrimento. Quer realizar a profecia de justiça, mas se sente fraca como indivíduo diante das forças objetivas de um mundo que se apresenta de forma invencível”. Como se dá o enfrentamento da problemática da consciência no debate da contemporaneidade econômica e política?


MAURO IASI – Os capitalistas, através de todos os meios possíveis, desde as formas de exploração direta dos trabalhadores nos ambientes dedicados à produção, à difusão da ideologia dominante nos diversos espaços sociais existentes, como as escolas, igrejas, etc, passando pela manipulação aberta com o uso abusivo dos meios de comunicação, tentam neutralizar ou paralisar todo processo coletivo de tomada de consciência das classes dominadas. A tomada de consciência é a experiência que cada trabalhador individualmente e todos os trabalhadores juntos – como classe – vão construindo a partir de suas próprias lutas e suas próprias vivências. A consciência de classe se constrói todos os dias. Ninguém nasce com ela. A consciência, como o senso comum, é um campo de disputa. A militância revolucionária atua para que os trabalhadores e a população explorada pelo capital compreendam que a raiz dos seus males está no sistema capitalista, que seu inimigo principal não é o colega de trabalho, o vizinho, o motorista do ônibus, o funcionário do comércio ou o servidor da prefeitura, mas os donos dos meios que produzem a sua exploração. A criação de uma consciência socialista pressupõe uma luta, desde já, para a construção de organizações políticas autônomas, independentes e próprias da classe trabalhadora, que tomem a iniciativa nos movimentos populares e que, nos embates contra a ordem burguesa, construam uma poderosa força política unitária contraposta ao bloco dominante, formulando um programa político de transformações necessárias de caráter anticapitalista. Isto é o que chamamos de Poder Popular. E temos certeza de que este processo está em curso no Brasil. Por isso acreditamos que o socialismo não seja uma quimera, mas uma possibilidade real e, acima de tudo, uma necessidade no mundo de hoje, marcado pela barbárie capitalista.
 
 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Pedro Monteiro

O escritor Pedro Monteiro é piauiense de Campo Maior. Sua infância deu-se no roçado ao som das histórias contadas sob a luz de lamparinas ou em terreiros clareados pelo luar.
O apetite pelos livros fez com que o autodidata Pedro pudesse aguçar a imaginação e sua verve observadora.
Aos dezessete anos pousou com suas palavras em terras paulistanas onde angariou novos conhecimentos e, sobretudo pode através do contato com a periferia da metrópole ampliar sua luta por justiça e solidariedade. Sobre isso o autor comenta: “ É agir contra o embrutecimento, a alienação, e a coisificação do homem”.
Há pouco tempo em companhia de Júlio Verne deu “A volta ao mundo em oitenta dias” numa bela adaptação em cordel do clássico do escritor francês.
Com Pedro Monteiro o blogue Tecendo em Reverso reforça a frase de Suassuna...nós também não trocamos nosso oxente pelo ok de ninguém.


                                                 Foto: Arquivo pessoal do autor


Pedro Monteiro por ele mesmo:

Sou poeta cordelista
Me chamo Pedro Monteiro,
Amasso o barro da rima
No metro do bom oleiro,
Sou um campo-maiorense,
Das terras Piauiense,
Nosso sertão brasileiro.


Tecendo em Reverso – Como se deram as primeiras aproximações com a Cultura Popular?

PEDRO MONTEIRO – Interessante; eu tenho muitas lembranças de quando era menino, das festas de reis “boi de reisado”, das conversas nos terreiros em noites enluaradas ou mesmo alumiado por lamparina. Sempre que ia dormir, minhas irmãs mais velhas entoavam cânticos em cordel. Isso mesmo, a leitura era cantada, além de muitas histórias. Destaque para os cordéis que cantavam da chegada de Lampião no Céu, no Inferno, José de Souza Leão, As bravuras do valente Apolinário, Princesa da pedra fina, A triste Partida e Pavão Misterioso, entre outros. Cresci, migrei para São Paulo aos 17 anos e só em 2008, já com 52 anos, fazendo uma pesquisa sobre linguagem, para concluir minha participação ao fazer uma oficina de direção teatral foi que reencontrei a Literatura de Cordel. Graças a um encontro com os poetas Marco Haurélio, Varneci Nascimento e João Gomes de Sá, que participavam de uma feira de Cultura Nordestina no Anhembi.  A partir desse momento, fui encorajado por Marco Haurélio a escrever Chicó, o Menino das Cem Mentiras, minha estreia no mundo do Cordel, daí, acho que despertei para uma vocação que, até então, desconhecia.

Foto: Arquivo pessoal do autor


Tecendo em Reverso- Há em alguns de seus livros uma certa aproximação com o teatro que nos remete à obra de Ariano Suassuna. Qual é o legado que Suassuna deixou ao povo brasileiro?

PEDRO MONTEIRO— Uma riqueza grandiosa. Um mestre no conto, no romance, na poesia e na prosa. Dotado de tino afeiçoado ao humor refinado, mas sem abrir mão da crítica velada às injustiças sociais. Ele transforma o simples em obra de grande erudição. Curioso, ele buscou inspiração nos folhetos de cordéis para brilhar nos palcos teatrais, telas de cinema e televisão. Exemplo: O Auto da Compadecida e A Pedra do Reino, O Príncipe do Sangue do Vai e Volta, entre outras. Uma grande perda para a cultura Brasileira.



A cultura popular
Tem hoje grande lacuna,
A morte sempre inclemente
É uma perversa gatuna,
Fila cristãos e ateus,
Desta vez levou pra Deus
Ariano Suassuna.

Tecendo em Reverso- Atualmente nas grandes metrópoles ocorre um movimento difuso da cultura popular em seus diversos seguimentos, tais como: teatro, música e dança. Como você avalia esse momento?

PEDRO MONTEIRO – Acredito que seja resultante de uma necessidade de respostas, dado a sua importância no contexto cultural de um país, pois ela é o que temos de mais legítimo. Dessa forma, parece valer além do anseio popular, também o acadêmico, onde a Xilogravura, o poeta repentista também vem ganhando mais espaço.



Foto: Arquivo pessoal do autor

Tecendo em Reverso- A sua obra mais recente: “A volta ao mundo em 80 dias” encontra-se inserida no projeto Clássicos em Cordel. Como foi adaptar a obra de Júlio Verne, um dos autores mais traduzidos em todo o mundo?

PEDRO MONTEIRO- Uma responsabilidade e tanta! Uma grande responsabilidade. Primeiro, pela importância do seu autor e dessa obra para a literatura Universal. Depois, por recontar essa história dentro dos padrões necessários para compor a “Coleção Clássicos em Cordel”, coordenada por Marco Haurélio e publicada pela Editora Nova Alexandria.



Tecendo em Reverso – Qual é a sua avaliação sobre a inserção do Cordel no atual “mercado” editorial?


PEDRO MONTEIRO – Acho que, cada vez mais, os leitores vêm descobrindo e tomando gosto pela Literatura de Cordel. Isso, graças a vários fatores, merecendo destaque para a qualidade das publicações:  conteúdo dos textos, gramática, ilustrações mais atraentes e também no formato de livros. Dessa forma, ocupam espaços nas grandes livrarias e salas de leituras, antes, jamais ocupado, ganhando, assim, mais e mais visibilidade. 


Juliana Gobbe

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Aldy Carvalho

Aldy Carvalho é cantor, compositor, poeta e violonista. Das barrancas do Rio São Francisco (Petrolina -PE), mescla e condensa, de maneira particular, o seu universo de origem, o nordeste. A paisagem nordestina em canções não estereotipadas, resulta um interessante diálogo entre o Sertão, que mistura as mazelas euclidianas, o colorido sonoro de Guimarães Rosa, a alegria farsesca de Ariano Suassuna e o meio urbano, cujo eixo é a temática universalizada de Manuel Bandeira. Neste contexto, apresenta seu trabalho.

                                          Fonte: Arquivo pessoal do artista.

Tecendo em Reverso- Quais circunstâncias o levaram a aproximar-se da música?

ALDY CARVALHO – A música me tem desde a gênese, contudo, meu pai, autodidata me aguçou o gosto pelo universo popular: música, a prosa, a poesia, o teatro.

Tecendo em Reverso -  Como nasceu o cordelista Aldy Carvalho?

ALDY CARVALHO – O amigo escritor, pesquisador Marco Haurélio, um dia me soprou aos ouvidos uma mensagem já decifrada. Outro amigo, o professor e historiador Aderaldo Luciano, referendou o assopro e aí eu ensaiei mostrar uns guardados em prosa e em versos que já vinha alinhavando e de uma fornada boa saíram “A ganância de um preguiçoso” e “No reino dos imbuzeiros”.

Tecendo em Reverso - No seu mais recente trabalho “Cantos d’Algibeira” a música nordestina é acompanhada de letras que nos remetem à esperança por melhores momentos. Como foi o processo de criação do cd?

ALDY CARVALHO- É a continuação de um trabalho de longo tempo correndo trecho nessa seara de cantador. O cd anterior “Alforje”, por si só já me indicava que eu iria desaguar em “Cantos d'Algibeira”. O poeta J F Lisboa diz que:

“  É do poeta
Conceber o poema contido no universo
Plantar flores, colher flores, suas pétalas em versos.
É do poeta
Semear em ventos, colher nas brisas,
planos de iluminar o mundo
eternizar o minuto, o segundo
É do poeta
Percorrer caminhos sem fim
Dizer não e dizer sim
Espalhar versos que destronam tiranos
É do poeta.”
Cantos d'Algibeira traz uma mensagem de solidariedade humana.  Após léguas de jornada, o cantador, ciente do seu ofício, missão(  Cantadores são, invariavelmente, possuidores de dons “paranormais” verdadeiros vates, poetas, apontam e prenunciam, diagnosticam,  prognosticam transformações humanas e sociais) vaticinam “...só o amor dá alforria, enche o mundo de alegria, faz a vida ter mais graça”.
                                                                            Fonte: Arquivo pessoal do artista
   
Tecendo em Reverso- Dentre os trabalhos dos cordelistas, existe hoje uma demanda pela divulgação do cordel nas grandes metrópoles. De que forma a Caravana do Cordel tem atuado em São Paulo para promover a Cultura Popular?

ALDY CARVALHO – Caravana do Cordel, movimento lítero cultural criado em São Paulo em 2009 por artistas de diversas regiões do Brasil que, radicados na cidade de São Paulo, buscam promover a literatura de Cordel, trazendo-a para o destaque que esta arte requer. Os participantes do movimento têm levado aos mais diversos espaços: escolas, universidades, circos, praças, bibliotecas, CEUs.

Tecendo em Reverso – Quais são os próximos projetos do artista Aldy Carvalho?

ALDY CARVALHO – A jornada continua na boa peleja, divulgando “Alforje” e “Cantos d'Algibeira”. Em agosto, em Lençóis Paulista – SP, com os poetas João Gomes de Sá e Varneci Nascimento e depois  cantoria em Guaxupé – MG. Em setembro, Petrolina - PE, Curaçá – BA e coquetel de lançamento na Livraria Cortez. Novembro, na casa de Cultura do Tremembé – SP e gravação de dois clips, e a jornada  continuará onde houver um espaço, uma varanda, um alpendre, um terreiro.

Aldy por Aldy:
Eu me chamo Aldy Carvalho
Cantador que tem alume
Meu canto ecoa na serra
Do sopé até o cume
Vento leva a melodia
As rimas da cantoria
Pra não perder o costume...



Contatos: Aldy Carvalho (11) 995134867 / (11) 37429642. Email: pazinko@gmail.com 
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Biografia: Aldy Carvalho


Por Juliana Gobbe